4 de out. de 2006



As coisas todas belas soltas por aí, deslizando no branco, falam caladas, absolutas.
As coisas todas antigas desaparecem da mente, talvez voltem, nunca se sabe ao certo o tamanho do estrago.
As coisas lixo piscam, conduzem um batalhão de gente, infortúnio, qualidade do caos.


Tudo fechado, apenas o sonho de deitar o verde ao redor. No susto, abre-se a janela, em pontas de pés, escancara-se o que estava reservado: outra vez encantar vida, ferver água que corre dentro. Uma mistura estranha deixa o gosto indecifrável ainda. Fruta do desejo inexplicável. Experimenta amargo, parece doce. Alimenta o amor. Simplesmente é.

O pêlo brilhou ao sol de setembro. A distância estava cada dia menor. A distância agora é uma tempestade no olhar que busca.

É certo que os gatos negros, noturnos, resguardam-se de dores em seu silêncio confiante.
Não custa lembrar: na minha rua, há uma esquina chamada liberdade.

Escrito por Leila Andrade 12:43 PM

 
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