15 de out. de 2006


Falo das horas em que o lápis é quase nada. Nada. Ponta quebrada. Mudo a letra, então, não há solução cabendo na solidão da porção maior de nós, doce ou severa. Melodia absurda em meus ouvidos lentos, absolutos. Diria imperdoável.
Não custa falar de algo tão longe e assim tão perto, mesmo sem saber. Ocupa espaço, ocupa dor que devora corpo. Não sobrou tempo naqueles dias intensos e sobra tempo agora.
E esse azul brigando com o cinza do tempo contraditório. Específica, digo: hoje é dia de uma dúvida qualquer, daquelas cercas de arame, pula ou não pula...
Descuidada, desalento também sou eu.
A praia toda a meus pés. E eu: a teus pés.
Orienta-se! Não. Apenas suspiros nestas horas magras. Gastas.
Meu coração continua apertado, deve ser esta firme inexatidão do amor.

Escrito por Leila Andrade 10:10 PM

 
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