3 de nov. de 2006



Há esta hora maiúscula de devorar silêncio, um corpo transbordando água suja.
Água de palavras.
Um enredo surdo, aguardando feroz, capítulo breve do medo, disfarçado de sílaba cotidiana.


Nunca quis evitar o perigo, não existem modos, porque a rua é assim infinita de temores, homem confundindo-se ao bicho que deita ao solo, no fundo do coração incerto, inconseqüente. Personagens tantos. Poesia confundida à realidade, dose elevada de confusão, vontade, somando-se tudo: título vida.

Poderia não ser nada disso, talvez algum cheiro de morte que assusta os transeuntes. Aqueles que param para olhar, aquelas que desejam sexo, aqueles curiosos, aquelas donas da alma.


Em poucos dias, o epílogo próximo: a história, eminentemente, reduzida a questões de respostas subjetivas.

“E olhamos o que fomos:
Sumos
Ligaduras terrenas
Mosaicos pontilhados de Loucura.”
(Hida Hilst)


Escrito por Leila Andrade 12:26 AM

 
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